sábado, 12 de julho de 2008

LIÇÕES DE NICOLAU MAQUIAVEL

LIÇÕES
DE NICOLAU MAQUIAVEL

Acróstico-histórico-político-filosófico nº 1846
Por Sílvia Araújo Motta

L-Lições atemporais de Maquiavel estão imortalizadas:
I-Inúmeros princípios marcaram a obra” O Príncipe”.
Ç-Com certeza, os tempos mudam e as diretrizes também.
Õ-O planejamento é importante antes de qualquer ação;
E-É imprescindível a adaptabilidade tática, a ousadia,
S-Senso crítico, determinação, poder de decisão, vontade.
-
D-Dignas de confiança são poucas as pessoas, porque homens
E-Em geral, são covardes, dissimulados, volúveis, ambiciosos.
-
N-Na obra, Maquiavel sugere aos governantes ou ao príncipe
I-Inúmeras formas para vencer os seus concorrentes:
C-Conhecer bem os projetos do adversário faz chegar à vitória,
O-Ordem e disciplina são importantes em qualquer embate.
L-Lições para príncipes, sobre como se estabelece a tirania ,
A-Ao mesmo tempo lições para o povo para dela se defender.
U-Um conceito: realista da sociedade e utilitarista do Estado.
-
M-Maquiavel acredita que os fatos do passado servem para
A-A orientação do futuro. Valoriza a ação eficaz e imediata.
Q-Quando desvincula a religião da ética rejeita a moral cristã,
U-Um comportamento ético-cristão. Ao príncipe ideal,
I-Indica as normas para conquistar e não perder o poder.
A-A ética política deve ser julgada por circunstâncias
V-Vividas, tendo em vista o resultado para o bem comum.
E-É diferente a ética privada que pode apenas “parecer ser.”
L-Ligado ao poder, o desafio está na relação fortuna e virtude.
-
Belo Horizonte, 28 de junho de 2008.
------------------------------------------------

PENSAMENTOS DE NICCOLÓ MACHIAVELLI

“Nenhum indício melhor se pode ter a respeito de um homem do que a companhia que freqüenta: o que tem companheiros decentes e honestos adquire, merecidamente, bom nome, porque é impossível que não tenha alguma semelhança com eles.”

“Justa, verdadeiramente, é a guerra quando necessária, e piedosas as armas quando apenas nas armas repousa a esperança.”

“Não obstante, o príncipe deve fazer-se temer de modo que, mesmo que não ganhe o amor dos súditos, pelo menos evite seu ódio.”
“O desejo de conquista é algo muito natural e comum; aqueles que obtêm êxito na conquista são sempre louvados, e jamais censurados; os que não têm condições de conquistar, mas querem fazê-lo a qualquer custo, cometem um erro que merece ser recriminado.”

“Nada é mais difícil de executar, mais duvidoso de ter êxito ou mais perigoso de manejar do que dar início a uma nova ordem de coisas. O reformador tem inimigos em todos os que lucram com a velha ordem e apenas defensores tépidos nos que lucrariam com a nova ordem.”

“A ambição é uma paixão tão imperiosa no coração humano, que, mesmo que galguemos as mais elevadas posições, nunca nos sentimos satisfeitos.”

“Onde a força de vontade é grande, as dificuldades não podem sê-lo.”

“Chegamos assim à questão de saber se é melhor ser amado do que temido. A resposta é que seria desejável ser ao mesmo tempo amado e temido, mas que, como tal combinação é difícil, é muito mais seguro ser temido, se for preciso optar.”

“Será preciso, contudo, ser cauteloso com aquilo que fizer, e no que acreditar; é necessário que não tenha medo da própria sombra, e que aja com equilíbrio, prudência e humanidade, de modo que o excesso de confiança não o torne incauto, e a desconfiança excessiva não o faça intolerante.”

“Na medida em que o soberano legítimo tem menos necessidades de ofender seus súbditos, é natural que seja por estes mais querido; e, se não tem defeitos extraordinários que o tornem odiado, é perfeitamente natural que o povo lhe queira bem.”

Para Marilena Chauí, “por ter inaugurado a teoria moderna da lógica do poder como independente da religião, da ética e da ordem natural, Maquiavel só poderia ter sido visto como ‘maquiavélico’.

As palavras maquiavélico e maquiavelismo, criadas no século XVI e conservadas até hoje, exprimem o medo que se tem da política quando esta é simplesmente política, isto é, sem as máscaras das religião, da moral, da razão e da Natureza. Para o Ocidente cristão do século XVI, o príncipe maquiaveliano, não sendo o bom governo sob Deus e a razão, só poderia ser diabólico.

À sacralização do poder, feita pela teologia política, só poderia opor-se a demonização. É essa imagem satânica da política como ação social puramente humana que os termos maquiavélico e maquiavelismo designam” (CHAUÍ, 2003: 204
---***---

Nenhum comentário: